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Instrumentos de pesquisa e promoção do acesso aos arquivos: Catálogo História das Mulheres & Relações Familiares

Publicação:

Catálogo Mulheres
Capa Catálogo História das Mulheres & Relações Familiares

Tempo de quarentena e isolamento social também pode ser tempo de olhar para dentro, repensar práticas, revisitar produções e construir novas abordagens. Pensando a partir dessa perspectiva, hoje iniciamos uma série semanal de postagens que retorna a instrumentos de pesquisa produzidos pelo APERS nos últimos anos. Acreditamos que se acercar deles agora pode ser inspirador para pesquisas em andamento ou vindouras, que poderão ser planejadas para futuras visitas a nossa Sala de Pesquisa – quando tudo isso passar, e vai passar! – ou até mesmo possibilitando o desenvolvimento de algumas questões a partir dos verbetes de cada catálogo e do mundo que eles abrem.

Iniciamos pelo Catálogo História das Mulheres & Relações Familiares: Vara de Família e Sucessão de Porto Alegre, lançado em março de 2016 em celebração ao mês das mulheres naquele ano. Um instrumento trazido a público apenas em formato digital, sem recursos para impressão, e que certamente ainda está por ser apropriado de modo mais amplo entre nossas usuárias e usuários. A partir do manuseio, leitura e extração de informações de mais de 3.500 documentos, a escrita e reunião dos verbetes pretendia-se como uma descrição por “amostra” do acervo, objetivando desnudar o potencial das fontes judiciais, nesse caso em especial as produzidas pela Vara de Família, para produzir conhecimento e reflexão sobre a história das mulheres e relações de gênero. Essa foi uma opção política, de afirmação da centralidade dessa temática percebida pelo APERS enquanto instituição. Entretanto, temos plena consciência de que os documentos ali descritos, entre desquites, divórcios, anulações de casamento, pedidos de pensão alimentícia, disputadas de guarda de menores, etc., prestam-se a inúmeras abordagens, históricas, sociológicas, jurídicas, antropológicas... De modo que os verbetes que os descrevem podem servir como pontes de acesso para pesquisadores interessados em diversos temas, como bem demarcou a Introdução do próprio Catálogo.

Vale ressaltar aqui, também a partir da Introdução da obra, que

“a opção por relacionar mulheres e família em nada tem a ver com uma perspectiva conservadora da história das mulheres, como se mais uma vez quiséssemos fazê-las retornar ao lar, como se reconhecêssemos este como sendo o seu lugar social por “natureza”. Ao contrário, é uma tentativa de trazer à baila novas leituras, novas abordagens, miradas a partir de referenciais atuais para fontes já há muito conhecidas pelos pesquisadores. (...) Pensar e produzir intelectualmente sobre mulheres e família parece-nos ainda viável e importante, por reconhecer que o privado também é político, que nesta esfera também se exerce, articula e disputa poder, e que, a pesar da importância de análises macro para tentar dar explicações gerais sobre nossas organizações sociais, é muitas vezes mergulhando nas fontes, nos casos, nas micro relações e suas conexões, que seremos capazes de perceber o moinho da história a girar, as estruturas a serem pouco a pouco minadas, questionadas e reconstruídas, ou assimiladas e mantidas, a partir da ação cotidiana de pessoas como nós, de ‘carne e osso’.” (p. 6-7)

A partir dessa breve rememoração pretendemos realizar o convite para que o Catálogo seja acessado, clicando aqui. Já ao clicar aqui é possível acessar uma série de postagens difundida em nosso antigo Blog institucional, produzidas entre abril de 2014 e junho de 2016, período em que estava em andamento o projeto que deu origem a esse instrumento. Os textos evocam exemplos de documentos, verbetes, histórias de vida e abordagens analíticas possíveis a partir do acervo em questão. Cremos que o retorno à leitura deles pode ser bastante instigante para quem deseja aproximar-se da área. Boa leitura e boas pesquisas!

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