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Conjunto arquitetônico do APERS: 30 anos do processo de tombamento

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30 anos Tombamento APERS
Há 30 anos reconhecido como patrimônio pelo IPHAE-RS

Ontem, 18 de março de 2021, comemoramos os 30 anos de tombamento de nosso conjunto arquitetônico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE-RS). Em postagem em suas redes sociais o IPHAE-RS celebrou conosco, trazendo informações sobre os prédios construídos a partir de 1910: Facebook IPHAE-RS | Instagram IPHAE-RS.

Para marcar a data aqui no site resgatamos uma postagem de março de 2012 na série “APERS conta histórias”, de nosso blog em Wordpress, que aborda o tombamento e apresenta algumas páginas do processo digitalizadas. Clique aqui para acessar a matéria e ver o ofício, expedido pelo então diretor do Arquivo Público, Carlos Alessio Rossato, solicitando à Secretaria de Estado da Cultura que tomasse as medidas cabíveis para viabilizar tal registro; assim como o parecer favorável da Prof.ª Mariza Simon dos Santos (IPHAE-RS) e a Portaria assinada pelo então Secretário da Cultura, Carlos Jorge Appel, que resolve pelo tombamento.

Entre a data do ofício assinado pelo professor Carlos Rossato, 05 de março, e a publicação da Portaria em Diário Oficial, 18 de março, passaram-se apenas alguns dias. A rapidez para avaliação do bem e emissão de parecer favorável a seu reconhecimento como patrimônio estadual denotam a facilidade com que se aferiu a excepcionalidade e o valor das edificações.

Prédio I: piso vazado e estantes de concreto armado, arquitetura própria para ser arquivo.
Prédio I: piso vazado e estantes de concreto armado

Nesse sentido, por ocasião dos 30 anos, conversamos na tarde de ontem com Rossato, que lembrou daqueles dias com entusiasmo. Recordou que utilizara como justificativa para sua solicitação o fato de que os prédios do APERS foram projetados e construídos no início do século XX “com a finalidade de ser um Arquivo Público, e por isso com os mínimos detalhes para armazenamento e conservação de documentos”. Para ele, os Prédios I e II, construídos entre 1910 e 1919, possuem “orientação solar perfeita, esquemas de ventilação e a não utilização de materiais inflamáveis”, diferente do que era possível observar na área de arquivos no Brasil e fora dele: “em geral os prédios são adaptados para abrigar acervos, e o nosso foi idealizado para esta finalidade”.

Quando questionado a respeito das motivações que o levaram a esse movimento, afirmou: “lembro que uma das intenções do tombamento seria para garantir recursos à sua conservação [dos prédios], o que veio mais tarde, inclusive com a saída da Junta Comercial que foi um dos últimos pedidos da nossa gestão”. Aqui, refere-se à desocupação do Prédio III, construído para abrigar a sala de pesquisa, salas da equipe técnica, laboratórios e auditório, inaugurado em 1950, porém utilizado por outros órgãos públicos anos a fio, sendo incorporado efetivamente pelo APERS somente em 1999 – conquista que o ex-diretor credita a um movimento que se inicia anos antes, de reconhecimento desse conjunto arquitetônico como parte do patrimônio cultural sul-rio-grandense.

Carlos Alessio Rossato, diretor do APERS responsável por solicitar o tombamento
Carlos Alessio Rossato, diretor do APERS responsável por solicitar o tombamento

Carlos Rossato relatou ainda como se sente no presente ao rememorar o ano de 1991: “sinto-me gratificado com minha equipe de arquivistas e outros profissionais por termos conseguido o tombamento deste conjunto arquitetônico impar, eficiente e maravilhoso, um orgulho do povo gaúcho e principalmente da Arquivologia e seus arquivistas”. Para saber mais a respeito da trajetória dele como arquivista e diretor do APERS, relembre outra notícia publicada em nosso antigo blog, aqui.

Agradecemos Rossato pela acolhida nesse diálogo, assim como às equipes do APERS e do IPHAE-RS que trabalharam e trabalham pela valorização e apropriação social de nossos bens culturais. Vida longa ao APERS e ao Instituto!

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